O jovem de 18 anos que matou uma criança atropelada na última sexta-feira (13), no bairro Cachoeira, em Curitiba, se apresentou à polícia. O rapaz que não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) estava ao lado da advogada e será ouvido na Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) nessa segunda-feira (16). Como está fora do flagrante (as primeiras 48 horas), ele será liberado após interrogatório. Para a polícia, a omissão de socorro aconteceu por medo de familiares da criança. Já dirigir sem ter CNH foi defendida pela advogada de defesa Ewelyse Protasiewytch como algo que ‘acontece’.
Corroborando a versão inicial, o jovem estava em uma igreja com outros familiares quando decidiu ir embora após uma briga. A advogada nega que o cliente dela tivesse envolvimento com a discussão. “Ele estava na igreja, ele congrega na igreja, e houve uma discussão não com ele, com um rapaz que bateu na esposa lá dentro. Ele se sentiu incomodado com isso, estava acompanhado do sobrinho dele e um colega, e resolveu ir embora”, disse à imprensa.
Segundo ela, haveria uma festa para as crianças, onde seriam distribuídos doces e outros alimentos, mas depois da briga de casal, o jovem resolveu ir embora. “O carro dele não tem bateria e ele estava em uma descidinha, tentando fazer pegar o carro e ir embora. Quando ele pegou o carro e virou a esquina, a criança saiu de trás de outro carro, um ponto cego, e bateu na lateral do carro dele”, descreveu a advogada.
Omissão
A versão do motorista é que ele tentou descer do carro, mas diversas pessoas que estavam na festa correram para ver o que tinha acontecido. “Ele ficou com medo de ser agredido, foi para a casa e recebeu uma ligação do pastor dizendo que as pessoas estavam indo lá para pegar ele. Por isso, ele foi até a casa da irmã”, contou a advogada.
A advogada contestou a versão de testemunhas de que o motorista não chegou a parar o carro, mesmo após ter atropelado o menino. “Não é verdade, ele parou, estava devagarinho”, disse Ewvelyse.
Já o delegado da Dedetran, Vinícius Augusto de Carvalho, acredita que uma perícia poderá por fim à dúvida. “Vizinhos contaram que ele andava em alta velocidade. Outras pessoas também serão ouvidas, mesmo sendo adolescentes, nós vamos ouvir muitas pessoas. O veículo será periciado e tudo isso será apurado no inquérito”, esclareceu. O jovem poderá responder por homicídio com dolo eventual, assumindo o risco de matar.
Sem CNH
Para a ausência de habilitação, a defesa alegou que ‘acontece’. “Ele não poderia estar dirigindo, mas acontece. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O fato de ele estar dirigindo não tem nada a ver com o fato de a criança estar na rua. Ele não subiu na calçada, não pegou a criança na calçada, pegou na rua. Ele estava entrando na autoescola, tinha acabado de completar 18 anos”, justificou.
Sentimento
Depois do acidente, o jovem estaria há quatro dias sem dormir e apavorado. “É uma fatalidade, ele está apavorado. A mãe dele já perdeu um filho e sabe bem essa sensação. Ele não estava bêbado, não tem vício, estava na igreja, não tem o que dizer sobre isso”, finalizou a advogada de defesa.
Morte
Fábio Gabriel Correa Pereira, de 8 anos, brincava com amigos em uma festa infantil, na rua Antonio Marchiorato, no bairro Cachoeira, quando foi atropelado. De acordo com testemunhas, o motorista envolvido teria se envolvido em uma briga minutos antes e teria saído em alta velocidade pelas ruas do bairro. Após uma curva, atingiu a criança e arrastou o corpo por cerca de 10 metros.
O Siate chegou a ser acionado para socorrer o menino, que sofreu uma parada cardíaca. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho hospital.
Fonte: Banda B
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