O ex-governador Beto Richa (PSDB), pré-candidato ao Senado pelo Paraná, comentou nesta quarta-feira (16) as mais recentes denúncias envolvendo seu nome, que surgiram após ele ter deixado o Palácio Iguaçu, no início do mês passado. O tucano negou quaisquer irregularidades e se disse vítima de uma onda de “denuncismo”.
Entre as denúncias mencionadas estão o suposto direcionamento de licitação da rodovia PR-323, financiamentos de campanhas supostamente via caixa 2 (citados na operação Lava Jato) e desvios de recursos de escolas (apurados na operação Quadro Negro).
“É denuncismo em todo o Brasil e eu acabo sendo vítima disso”, disse Richa. “Estão querendo colocar todos os políticos em uma vala comum. É um desestímulo aos políticos de bem. Fico indignado de ver o meu nome comparado ao de um criminoso”, acrescentou, ao comentar as declarações do construtor Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora Valor e principal delator da Quadro Negro. As declarações de Richa foram dadas em sabatina realizada na tarde desta quarta-feira (16), ao vivo, no estúdio da Gazeta do Povo.
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Sobre a delação de Lopes de Souza – que disse que dinheiro desviado da construção de escolas estaduais abasteceu campanhas de Richa, familiares e de seu grupo político –, o ex-governador disse que jamais ficaria impassível diante de um esquema de corrupção relacionado à educação. O ex-governador também classificou o empreiteiro como “um criminoso (…). Ele é um criminoso e criminoso não pode ter fé pública”.
“Eu jamais compactuaria com dinheiro desviado de obras, ainda mais de escolas. Eu não sou louco”, afirmou. “Ele [Lopes de Souza] diz que ouviu dizer. Eu não conheço esse cidadão nem quero conhecer. É um criminoso”, acrescentou.
Richa também afirma que foi seu governo que descobriu as fraudes e que determinou a investigação, que culminou com a deflagração da operação Quadro Negro. Ele destaca que ingressou com ações civis por improbidade administrativa, com vistas a que os autores dos desvios venham a ressarcir os cofres públicos. “Quem montou essa operação foi o meu governo. (…) Eu nunca varri nada pra debaixo do tapete. Aqui não tem pra baixo do tapete, não. Nós que investigamos”, afirmou.
Um dos alvos da Quadro Negro, o ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed) Maurício Fanini era amigo pessoal de Richa. A delação aponta que Fanini recebia dinheiro desviado em nome do então governador – R$ 12 milhões, segundo Lopes de Souza . Fanini está preso desde setembro do ano passado e negocia para se tornar delator. O tucano assegura que não sabia do esquema de corrupção e que se sentiu traído pelo então diretor da Seed.
“Ele [Fanini] traiu a minha confiança. Eu nunca tinha ouvido nada que desabonasse a sua conduta. Ele traiu a minha confiança”, disse Richa.
(Fonte: Gazeta do Povo)