O Ministério Público Federal detalhou, em coletiva de imprensa, o esquema de corrupção envolvendo o Governo do Paraná durante a gestão de Beto Richa. A ação foi alvo da 53ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta terça-feira (11), em Curitiba.
Os procuradores esclareceram que a fase da Operação Lava Jato deflagrada na manhã desta terça-feira não tem relação com a operação realizada pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR). Desta maneira, a prisão do ex-governador Beto Richa, também realizada nesta terça-feira, não faz parte da Operação Lava Jato e sim do Ministério Público do Paraná por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A realização das duas operações no mesmo dia é fruto de uma coincidência. “As operações foram realizadas de forma independente pelo Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual”, comentou o Procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima. Ele disse ainda que a equipe da Lava Jato foi surpreendida com a operação estadual. “São investigações de maturidade diferentes, desconhecemos completamente as investigações estaduais”, afirmou.
Corrupção
Pessoas próximas a Beto Richa são alvos de prisão na fase da Operação Lava Jato deflagrada hoje: Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete de Beto Richa; Jorge Theodócio Atherino, empresário apontado como ‘operador financeiro’ do ex-governador; e Tiago Correia Adriano Rocha, indicado como braço-direto de Jorge, e responsável por diversas transações financeiras dos empreendimentos do executivo.
De acordo com os procuradores, os três atuaram na interlocução entre o Governo do Paraná e a empresa Odebrecht em crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. As irregularidades aconteceram em 2014 durante a realização de uma licitação para obras de duplicação da PR-323 entre os municípios de Francisco Alves e Maringá.
A Odebrecht foi beneficiada no processo licitatório e, como contrapartida, pagou propina de R$ 4 milhões ao grupo ligado a Richa por meio de seu Departamento de Operações Estruturadas. Deonilson Roldo é apontado como o interlocutor entre a empresa e o Governo do Paraná.
Durante a coletiva, não foram detalhadas informações sobre outras empresas envolvidas no esquema e que são alvo de investigação.
Os procuradores ainda destacaram que o caso chegou a ser investigado pela Justiça Eleitoral, mas o caso foi encaminhado à Operação Lava Jato por se tratar de crimes de corrupção e não de crimes eleitorais.
(Massa News)