Até então, o pedreiro Marcos Sander Fagundes tinha só uma fama: a de ter virado meme depois de ser preso por dirigir um monza azul, carregado de caixas de cigarro. Algemado e rodeado por jornalistas, Fagundes soltou a frase que o eternizou na memória das pessoas e da internet:
“É tudo para o meu consumo. É para o resto da vida. Já comprei de uma vez só”, disse ele.
Ao ser questionado pelo jornalista se não era um volume muito grande de cigarro para o consumo de uma pessoa só, Fagundes responde:
“Você não pita não? Que bom. Mas eu pito. Eu pito muito”.
A frase não serviu apenas para fazer com que a cena bombasse nas redes sociais. Ela serviu também como gancho para Fagundes se lançar na política. O pedreiro decidiu disputar as eleições de 2020 e, hoje, ele é pré-candidato a vereador pela cidade de Quirinópolis, no interior de Goiás, a quase 300 quilômetros da capital do estado. Ele está filiado ao Solidariedade.
Em uma das primeiras peças que produziu para anunciar sua pré-candidatura, Fagundes já dá as credenciais:
“Olá, meu nome é Marcos Sander Fagundes. Sou mais conhecido como ‘Cê Pita'”, diz no vídeo que está circulando pelo WhatsApp.
Na gravação, “Cê Pita” declara seu amor pela cidade e diz que, caso eleito, pretende se dedicar em fiscalizar o poder executivo.
“Quero representar a população no poder público, lançando projetos viáveis e, principalmente, atuar na fiscalização do poder executivo. Somente quem trabalha de sol a sol sabe o que realmente o que a população precisa. O futuro pode te dar o que você quiser, basta fazer certo no presente. O progresso não pode parar”.
O episódio que tornou Fagundes famoso aconteceu em 2013. Ele tinha ido ao Paraguai comprar cigarro e acabou capotando o carro quando a polícia começou a persegui-lo por suspeitas de que ele estaria contrabandeando alguma mercadoria.
Fagundes foi preso em flagrante por contrabando na cidade de Maringá, no Paraná. Ele ficou 27 dias preso e foi liberado após pagar uma fiança de R$ 10 mil.
Sete anos depois do que tudo aconteceu, o SBT News voltou a perguntar a Fagundes qual era a finalidade de carregar 17.500 maços de cigarro. Bem humorado, o hoje pré-candidato a vereador voltou a explicar:
“Era para meu consumo mesmo. Quando fui preso eu juro que falei isso na frente do delegado. O índice de expectativa de vida aqui é de 70 anos. Eu estava com 30. Eu tinha mais 40 para viver. Se você fizesse as contas, dava certinho um maço de cigarro por dia. E sobraria uns 500 para os fins de semana que a gente bebe e acaba pitando um pouquinho mais”, afirmou Fagundes.
De origem pobre, o pedreiro contou que decidiu entrar para a política por ter um perfil de “justiceiro” e de querer ajudar os outros. E ainda revelou ter sonhos muito mais altos.
“Sempre fui pobre. Mas sou justiceiro. E tenho muita vontade de ajudar as pessoas. Então decidi entrar nessa. A minha vontade mesmo é ser presidente. Mas, até chegar lá, vamos ver no que dá essa candidatura a vereador”, disse.
Até hoje, Fagundes continua fumando.
Fonte:SBT NEWS